segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Ano Novo... velhas lutas!


Hoje cedo, ao sair de casa para ir ao trabalho, me deparei com uma cena que me comoveu, mas que também me fez pensar. Duas senhoras que residem no meu condomínio se abraçavam e desejavam boas festas e um ano novo feliz. Nada haveria para pensar se eu não soubesse que aquelas senhoras não se falavam há algum tempo por desentendimentos ocorridos entre elas (coisas de vizinhas).
Mas é fim de ano, é Natal, pensei... estão se confraternizando.

Nessa época luzes, sons, movimento intenso nas ruas e lojas, anunciam: está chegando o fim de mais um a ano. A partir daí somos envolvidos, de uma maneira ou de outra, por inúmeras formas de apelos e de acordo com nossa crença, cultura e tradições nos organizamos para as comemorações do Natal e Reveillon.

É tempo de doar, de confraternizar, de perdoar, de renovar compromissos consigo, com o outro e com Deus. Até os mais céticos - que no ano que se finda pareciam viver acreditando apenas em suas próprias forças e capacidade de realização - nos surpreendem com manifestações de gratidão e esperança em algo que transcenda suas simples existências e dê mais sentido às suas vidas.

É um tempo em que os problemas parecem não existir, em que é possível acreditar que a paz reina e toda a dor da humanidade será mitigada pelos corações compassivos que transbordam generosidade espalhando fé e esperança em dias melhores. São de fato dias mágicos que levam visitas aos órfãos e aos velhos esquecidos nas instituições durante todo o ano; que confortam enfermos presos aos leitos; que alimentam e agasalham as comunidades carentes e que estimulam a busca de verdadeiros encontros entre as pessoas, através de um olhar desejoso por compreender os mistérios da alma dos que nos cercam com suas dores, angústias e inseguranças de tantas formas disfarçadas.

Acredito que seja assim - mais generosos, solidários, humanos e cristãos - que muitos de nós se percebe no fim de mais um ano. Entretanto, logo chegará 2009 e com ele a dura realidade do ano anterior... fome, frio, violência, desemprego, solidão, medo, abandono, indiferença e desencontros que permanecem... É o Ano Novo e com ele as velhas lutas...

Meu desejo é que em 2009 não seja assim. Ainda que as dificuldades sejam as mesmas que nossas mentes e corações não se deixem abater e muito menos se conformarem com aquilo que traz dor, injustiça e discórdia... que sejamos transformados... que cada um - a começar por mim - possa fazer a sua parte, examinando a si próprio e vivendo cada dia do Ano Novo como se fossem dias de Natal e de confraternização.

Um comentário:

Jackson " Poeta Aprendiz" disse...

Impressionante nossa simetria em relação às nossas reflexões, Cara amiga (se assim permite-me chama-la), fiquei muito feliz em ler seu comentário, sinto-me um pouco aliviado por compreender que meus anseios e minhas reflexões sejam compatilhadas de tal forma, Obrigado! espero também por mais postagens...Abçs e Próspero Ano Novo!