segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Aos meu filhos e a todos os pais e filhos que andarem por aqui.


Há menos de um ano vivi uma grande emoção ao assistir meu filho defender sua tese de mestrado... ele lançava ali mais um vôo de sua intensa vida. Hoje foi a vez da filha emocionar-me ao vê-la apresentando seu trabalho de conclusão de curso. Concluiu mais uma etapa de sua recém-vida adulta, terminou a faculdade.

Essas foram experiências muito especiais, com suave gosto de vitória, de dever cumprido... uma sensação de que demos a eles raízes e agora eles já podem voar. Hoje estive lá assistindo a “minha menina” e, juntamente com outras pessoas que a amam, pude vê-la crescida, pronta para iniciar a vida profissional. Que além de ser uma linda jovem ela é também responsável, criativa, inteligente e sensível eu já sabia, mas o que eu não sabia é que ela é isso tudo em dose muito maior do que eu imaginava.

Pois eu a vi ali, diante dos olhos de convidados e de uma banca de examinadores, falando com propriedade sobre um tema muito relevante na educação/formação do ser humano. Um ensaio de pesquisa que trata da importância da afetividade na educação infantil... Que lindo, ela falou disso!!! Mais do que falou, apresentou com postura, conteúdo e idealismo, emocionando aos presentes e certamente de maneira especial àqueles que fazem parte de sua trajetória de vida desde a infância.

Mais de duas décadas se passaram e hoje ver meus filhos “voando” é uma satisfação inenarrável ... eu gostaria de saber escrever coisas lindas que tocassem o coração sobretudo dos pais, dando-lhes esperança e fé, na certeza de que muito além de nós (pais e mães) há um Cuidador que não dorme, não cochila e que está presente nos corações, mentes e almas dos nossos filhos.... um Cuidador que está presente em suas vidas, que anda com eles por caminhos que nós sequer imaginamos e que nunca poderemos estar enquanto eles são preparados para lançarem os primeiros vôos para fora do ninho.

Na falta de palavras próprias que traduzam o que sinto e percebo, recorro ao belíssimo poema de Gibran Kahlil, que inspira-nos (pais e filhos) na busca da compreensão, amor e crescimento mútuos.



Os Filhos
(Gibran Kahlil - Do Livro "O Profeta")

Uma mulher que carregava o filho nos braços disse a Gibran: "Fala-nos dos filhos."
E ele falou:

Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.

4 comentários:

Anônimo disse...

Êê mamãe coruja! Adorei!
Obrigada pelas belas palavras e por todo esse amor despendido a mim durante essas duas décadas!

Beijos!

Anônimo disse...

Aí, valeu... parabéns! Mary.

Paulo Costa disse...

Parabéns aos seus filhos, e a si, pela forma como os ama, respeita e valoriza a liberdade e autonomia de cada um. Maravilhoso!

Abraço fraterno!

Anônimo disse...

Que lindo,minha amiga...

Parabéns a vc ,parabéns a Juana...que maravilha ver sendo aproveitado os talentos que o Criador lhes deu...mesmo de looonge senti o gostinho de muuuuuuuiiito AMOR.
beijos,
Simone