Hoje o dia me parece mais claro, apesar de nublado. Na verdade pouco importa o clima lá fora o que vai fazer o dia mais claro ou escuro é como estamos por dentro, não é mesmo? Muitas coisas contribuem para o estado de espírito abatido e pela falta de cor que de repente nos parece estar imerso o mundo.
É,a vida às vezes não é nada fácil, disso ninguém duvida... Basta olhar o noticiário que entra em nossas casas todas as noites carregado de cenas de corrupção, violência, exploração e tantas outras formas de degradação humana e de dificuldades por que passam pessoas e Nações nos dias atuais. Às vezes bem pertinho da gente também não é tudo cor de rosa: preocupações com os filhos, finanças, saúde, desentendimentos, incompreensão e por aí vai... Tem dias em que o mundo à nossa volta parece encardido e feio, ainda que faça lá fora o mais belo sol o abatimento da alma fica estampado no rosto. Pelo menos comigo é assim...
Mas que bom que tudo passa e esse deve ser o nosso foco em dias difíceis.... Tudo passa. O Salmista nos ensina que "o choro pode durar uma noite; mas a alegria vem pela manhã.“(Salmo 30). Que lindo!!! Isso é promessa de Deus e nela eu tenho me firmado para passar, com esperança, os dias mais escuros.
E falando de esperança, como não relembrar Renato Russo? Aproveite a música e creia que assim será.
Mais uma vez(Renato Russo, Flavio Venturini)
http://letras.terra.com.br/renato-russo/65550/
Mas é claro que o sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei...
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem...
Tem gente que está
Do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar...
Tem gente enganando a gente
Veja nossa vida como está
Mas eu sei que um dia
A gente aprende
Se você quiser alguém
Em quem confiar
Confie em si mesmo...
Quem acredita
Sempre alcança...
Mas é claro que o sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei...
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem...
Nunca deixe que lhe digam:
Que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos
Nunca vão dar certo
Ou que você nunca
Vai ser alguém...
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia
A gente aprende
Se você quiser alguém
Em quem confiar
Confie em si mesmo!...
Quem acredita
Sempre alcança...(7x)
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Amigo é prá essas coisas
Dia desses encontrei a Elaine.... amiga querida de longas datas. Sabe dessas pessoas sempre suaves, educadas e que demosntram verdadeiro interesse na gente? Pois assim é a Elaine. E foi ela quem me disse: "passei no seu blog e senti falta de coisas novas.... tá desatualizado, amiga". É verdade eu disse... e depois pensei com os meus botões: assunto não falta e tentativas de passá-los para a tela também não, mas a inspiração parece ter ido embora de vez.
Fato é que o comentário da minha amiga me fez abrir hoje o blog e compartilhar algo com quem por aqui andar, nem que seja a minha falta de inspiração. Afinal, para que serve um blog que não é usado? Foi assim que cheguei aqui, sem inspiração, ou melhor, sem coragem de olhar lá dentro de mim mesma e encarar as emoções, pois são elas que me inspiram a escrever(sejam boas ou ruins). Não tem outro jeito, comigo é assim, se encaro as emoções de frente, escrevo. Caso contrário não sai nada, parece que fica anestesiado algum lado do cérebro que precisa conversar com o coração para o blog ser abastecido de novos textos.... Mas assim mesmo cheguei aqui, sem encarar ainda as emoções que podem trazer a inspiração de volta... Cheguei pelo tom de voz e pelo olhar suave da minha amiga que me desafiaram... Amigo é prá essas coisas, tamém.
É verdade que hoje ainda não saíu nenhum texto interessante, mas pelo menos eu saí do "jejum" de meses para registrar aqui a minha gratidão à Elaine, fiel visitante mesmo quando não há nada de novo para ler.... espero que em breve você, amiga, e outros visitantes possam usufruir de melhores palavras ditas aqui.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Um fim de semana - sob o céu de Brasília
Amanhece e o dia parece tranquilo. Apesar dos afazeres de sempre, movimentos e ruídos não embaçam as certezas que o último fim de semana deixou. Emendado com um feriado, não teve nada de extraordinário, de atividades diferenciadas, foi apenas um longo, tranquilo e prazeroso final de semana.
Sabe desses dias em que tudo parece paz, que você nem se lembra exatamente do que ou a que horas fez, mas tem a certeza de que foi bom. Pois foi assim, as horas passavam sem eu me dar conta, cada momento tinha um sabor, naturalmente curtido. Fosse ele dentro de casa, preparando as refeições, no sofá jogando conversa fora, na frente da TV, na varanda observando o céu de Brasília, na biblioteca estudando ou no bar tomando um drink.... tudo passou vagarosamente, ou melhor calmamente, como se de repente a correria da semana ou as preocupações costumeiras não mais existissem.
Não tem uma explicação muito lógica, pelo menos não consegui elaborar, ficou apenas a certeza de que é possível a paz em meio ao caos... o mundo em volta, quase sempre é tumultuado, exigente, ditador do tempo e das coisas que temos para fazer. Mas há um lugarzinho de paz, de quietude em meio a tudo isso.. a certeza de que "há tempo para tudo debaixo do céu" prevalece e, por isso, é possível viver um tranquilo e prazeroso fim de semana.
Este foi assim, diferente, não pelas atividades, mas pela sensação de uma certa maturidade no ar... coisas que vão se encaixando, se ajustando e acontecendo sem muito esforço, coisas que o tempo e o desejo - desprentencioso - de amar resolvem.
Eu disse amar? Sim, disse e repito, acho que é isso, talvez tenha chegado o tempo do "amor maduro", aquele que é possível viver sem que as coisas, dentro e fora da gente, pareçam de cabeça para baixo. Bem, isso dá um outro texto, outras reflexões. No momento, quero ficar apenas com a sensação boa do que foi este último fim de semana... ficar com a certeza de que o que foi construído resgata o que um dia parecia perdido.
domingo, 21 de junho de 2009
Saudade
Tem dias que a gente acorda com saudades e não sabe muito bem o motivo. Percebemos, talvez, um gosto de qualquer coisa na boca, o cheiro de algum lugar ou apenas um peso nos olhos ou um aperto no peito. Enfim, uma melancolia que não sabemos bem identificar porque surgiu. Hoje foi um desses dias. Acordei melancólica e os sintomas da saudade estavam por perto. Apesar de muitas coisas para fazer permaneci apática e sem ânimo para iniciar a lida do dia, preferindo sentar para ler meus e-mails antes de qualquer coisa. E foi uma boa escolha, pois deparei-me com a mensagem de uma amiga que, certamente, acordou com saudades também e me presenteou com um belo texto. O fato é que amanheci com muitas saudades de coisas como: uma infância feliz junto aos meus irmãos que hoje moram em outras cidades, da mãe que também está longe, do pai que já se foi... saudades de antigas amizades que ficaram prá trás pelas circunstâncias da vida e saudades dos filhos.... de um tempo em que a casa estava cheia, as crianças (e depois adolescentes) fazendo barulho, dando trabalho, mas pertinho de mim, sob os meus olhos e cuidados. Meio à essa "seção de saudosismo" li a mensagem enviada por minha amiga e me coloquei de pé, pronta para iniciar o dia com o olhar mais amplo sobre esse sentimento, que por vezes é perturbador. O texto me ensinou que quem sente saudades na verdade, foi abençoado, pois "saudades é o amor que fica". Isso basta para que eu não tenha receio de experimentá-la, pelo contrário, desejo sentí-la intensamente e inúmeras vezes ao longo da vida, pois quem muita saudade senti é sinal que muito amou.
Vamos ao texto (obrigada, Fatinha por compartilhá-lo):
DEFINIÇÃO DE SAUDADE
Artigo do Dr. Rogério Brandão, Médico oncologista
Como médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos de atuação profissional (....) "... posso afirmar que cresci e modifiquei-me com os dramas vivenciados pelos meus pacientes. Não conhecemos nossa verdadeira dimensão até que, pegos pela adversidade,descobrimos que somos capazes de ir muito mais além. Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional. Comecei a freqüentar a enfermaria infantil e apaixonei-me pela oncopediatria. Vivenciei os dramas dos meus pacientes, crianças vítimas inocentes do câncer. Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento das crianças. Até o dia em que um anjo passou por mim!
Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada por dois longos anos de tratamentos diversos, manipulações, injeções e todos os desconfortos trazidos pelos programas de quimios e radioterapias. Mas nunca vi o pequeno anjo fraquejar. Vi-a chorar muitas vezes; também vi medo em seus olhinhos; porém, isso é humano!
Um dia, cheguei ao hospital cedinho e encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe.. A resposta que recebi, ainda hoje, não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.
" - Tio, disse-me ela, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores. Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade. Mas, eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!" Indaguei:
- E o que morte representa para você, minha querida?
" - Olha tio, quando a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e, no outro dia, acordamos em nossa própria cama, não é?" (Lembrei das minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, com elas, eu procedia exatamente assim.)
- É isso mesmo.
"- Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!" Fiquei "entupigaitado", não sabia o que dizer. Chocado com a maturidade com que o sofrimento acelerou, a visão e a espiritualidade daquela criança.
"- E minha mãe vai ficar com saudades, emendou ela." Emocionado, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei:
- E o que saudade significa para você, minha querida?
- Saudade é o amor que fica!
Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um a dar uma definição melhor, mais direta e simples para a palavra saudade: é o amor que fica! Meu anjinho já se foi, há longos anos. Mas, deixou-me uma grande lição que ajudou a melhorar a minha vida, a tentar ser mais humano e carinhoso com meus doentes, a repensar meus valores. Quando a noite chega, se o céu está limpo e vejo uma estrela, chamo pelo "meu anjo", que brilha e resplandece no céu. Imagino ser ela uma fulgurante estrela em sua nova e eterna casa.
Obrigado anjinho, pela vida bonita que teve, pelas lições que me ensinaste, pela ajuda que me deste.
Que bom que existe saudade! O amor que ficou é eterno.
Rogério Brandão
Médico oncologista clinico
RC Recife Boa Vista D4500
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Poesia III
(Re)Construção
Não há nessa vida deleite sem combate
e o novo para trás tem que deixar
ruinas e jazigos, em eterno embate,
que um dia, finalmente, hão de tombar.
Da morte, mais uma vez, se faz a vida
e assim a esperança se pode acolher,
para o gozo de quem, um dia na lida,
ousou morrer para de novo nascer.
Para se fazer novo tudo aquilo
há de desconstruir o que ali jazia
e, num instante que parecia intranquilo,
há de nascer um novo dia.
É o sol que após a noite escura desponta...
É a casa, é a alma, é o ser...
Então tudo se faz novo e de novo encanta,
mas há de desconstruir para reerguer.
terça-feira, 21 de abril de 2009
Brasília 49 anos...meu presente é continuar lutando. (Texto - Michel Platini Foto - Carlos Levistrauss)
No dia em que nossa capital completa mais um ano de existência, eu - moradora e servidora pública há mais de duas décadas nessa cidade de fortes contrastes -, tomo emprestadas as palavras de um jovem, natural de Brasília, para manifestar meu desejo de dias melhores para seus habitantes menos favorecidos.
"Brasília 49 anos, jovem senhora tombada.
Cidade planejada, moderna, bonita ...inacessível. Eu um jovem brasiliense de 26 anos que vi Brasília crescer e, crescendo junto com ela, vi muitas pessoas chegarem em busca de uma vida melhor, de facilidades, de lotes, de programas sociais, de hospitais, de escolas, de melhores condições.
Brasília encheu de gente, cresceu, junto com ela cresceram as desigualdades sociais, a violência, a exclusão, o desrespeito. Desordenadamente Brasília cresceu para os lados, aqueles que ficaram fora dos planos de Lucio Costa. E o Plano que era Piloto tenta se manter belo para os que têm olhos apenas para suas grandiosas formas,suas retas e curvas e rampas, rampas que levam autoridades governamentais para dentro de seus palácios onde exercitam o poder, mas não levam o cadeirante ao seu destino simplesmente porque no caminho dele não existem rampas.
Vejo, com tristeza e desesperança, minha cidade ainda jovem tão descuidada. Vejo as pessoas que buscavam uma vida melhor morando em barracos e, desempregadas, vivem da “ajuda” do governo, acomodam-se com cestas básicas, vale leite, vale gás e outros “benefícios” oferecidos por um governo pouco comprometido com o povo que vive na jovem senhora tombada. Hospitais cheios de doentes e vazios de médicos, pessoas esperando transporte de qualidade chacoalham em ônibus velhos e inadequados.
Brasília...cidade linda onde cegos andam de mãos dadas com a sorte para se sentirem cidadãos de uma cidade assim...inacessível.
Meus jovens olhos videntes, já sem esperanças, vêem a capital da esperança fazer 49 anos tão despreparada para acolher, com qualidade,os sem poder, sem dinheiro, sem carro, sem saúde e sem teto que nela vivem."
Um abraço fraterno!
Michel Platini
http://www.michelplatini.com.br/
sábado, 11 de abril de 2009
Feliz Páscoa
"Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito". Nesses dias em que antecedem a páscoa essa frase, dita por Jesus na cruz, chegou até mim de uma maneira desafiadora. O desafio era de refletir sobre o que representam para mim essas palavras, ou seja, elas fazem sentido no meu dia-a-dia ou estão lá, bem distantes, na paixão de Cristo? Se fazem sentido, de que maneira as tenho experimentado na minha vida prática e trajetória espiritual?
Para muitos essa resposta pode nascer de imediato e ser satisfatória, mas para mim exigiu um certo exercício intelectual e emocional. Resgatando o significado de PAI, que é presença, cuidado e amor, e de ENTREGA, que passa pela aceitação do momento presente, cheguei à conclusão de que em situações limites - como a que Jesus vivia na cruz quando disse aquelas palavras - eu tenho entregue ao Pai toda a minha aflição e impotência e encontrado paz e descanso para a minha alma.
Nesse espírito de gratidão pela entrega de Jesus a favor da humanidade, é que desejo a todos uma Feliz Páscoa!
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quinta-feira, 9 de abril de 2009
Pensando sobre o amor (me permitam os sábios pensadores do tema)
Pensando em amores passados, amores perdidos, amores que vi nascer e morrer – aqui dentro do peito e em pessoas tão queridas e próximas de mim - e, principalmente, pensando no amor que hoje vive – aqui dentro do peito - foi que nasceu esse texto. Uma pequena reflexão sobre a força (e a fragilidade) do amor entre casais. Força porque ele invade a alma e é capaz de fazer coisas que, como diz o ditado, “até Deus duvida”. Frágil porque ele não é onipotente, precisa “convocar uma turma de sentimentos” para ampará-lo, como diz Artur da Távola em “Só o amor não basta”.
Pensando pra lá, pensando pra cá, sentindo e relembrando histórias e mais histórias, cheguei à conclusão que o amor que um dia une os casais, para que tenha vida longa, precisa se dividir em pelo menos três características (que se convergem ao verdadeiro AMOR, que é único e pode ser eterno). Para que seja eterno, o amor entre os casais precisa, no mínimo, ser Romântico, Amigo e Gostoso. Sim, precisa ser “três em um”.
A manifestação Romântica do amor é delicada, faz coisas do tipo: envia flores sem uma data especial, propicia ambientes com vinho, música e luz de velas, faz comidinhas, manda mensagens ou telefonemas, quando menos se espera.... tudo regado a muito carinho e atenção. Como tudo isso é importante!!!
Não menos importante é o lado Amigo do amor entre os casais. Aqui há confiança, generosidade, ombro que acolhe incondicionalmente, colo que trás calor e repouso, mãos sempre estendidas, o respeito aos sentimentos, a companhia em situações importantes para o outro, palavras apropriadas e, muitas vezes, o silêncio que fala por si. Como tudo isso é precioso!!!
Já o lado Gostoso do amor entre os casais não pode ficar pra trás. Precisa trazer consigo a química, a atração física, a criatividade, as fantasias que criam cumplicidade, aproximam e estimulam o casal. Costumo dizer que é preciso pensar “gostoso” para fazer do amor entre os casais uma relação eternamente gostosa e prazerosa, independente da faixa etária das pessoas ou do tempo que exista de relacionamento. Como tudo isso é importante, precioso e possível!!!
Bem... Quem já experimentou essas coisas? Quem não gostaria de experimentá-las? Para mim o passaporte para o amor “três em um” chama-se DISPONIBILIDADE.
Sim, exercite a Disponibilidade para amar romanticamente, amigavelmente e gostosamente... por toda a sua vida.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
A vida e seus "acasos"
Nossa caminhada na vida é marcada por mudanças de rumo, decisões e escolhas que nos vemos obrigados a fazer, muitas vezes alheias à nossa vontade. O simples fato de refletirmos a respeito da falta de controle que temos sobre grande parte dos acontecimentos da vida é desconcertante e causa desconforto, defronta-nos com o medo do novo, do inusitado que traz inquietude por não sabermos aonde vamos parar.
A vida é assim, cheia de “acasos”. Ela dá voltas e, de repente, a vemos modificada por uma série de acontecimentos imprevisíveis sobre os quais não temos o menor controle. Isso ocorre na nossa saúde, carreira, relacionamentos ou nos fatos mais básicos e corriqueiros do dia-a-dia. O que antes tínhamos, já não temos mais; o que nos era familiar e nos deixava tão à vontade, agora parece distante, como se nunca tivesse existido; o que era certeza virou confusão, fazendo da ordem o caos. Cada dia tem seus acontecimentos, desafios e uma certa dose de incertezas e isso torna visível nossas limitações e incapacidade de gerirmos, de maneira definitiva, nossa vida.
Obviamente investir em conhecimento, talentos, habilidades, trabalho, prioridades, enfim, na organização e desenvolvimento da vida, em seus diferentes aspectos, é imprescindível para que não sejamos, nós mesmos, agentes da instalação da desordem em nossa própria vida. Porém, em relação aos imprevistos nada podemos fazer, gostemos ou não eles surgem. Fazemos planos, mas o atributo de determiná-los não é nosso, muitas vezes depende de variáveis que estão acima de todo o nosso esforço e capacidade, ou seja, o que para nós é o acaso, para Deus é a Sua vontade, soberana e perfeita.
Para mim, pensar assim faz toda a diferença e é a única maneira de resistir aos dias difíceis. Os desafios que podem surgir, alguns totalmente imprevisíveis, trazem inquietude, ansiedade e muitos questionamentos. Alegrias e tristezas inesperadas acontecem de uma maneira desconcertante trazendo mudanças profundas na maneira de viver e de pensar a vida. Aceitar as novidades que ela nos impõe - independente do teor que trazem ou de não compreendermos seus propósitos - como um convite ao crescimento exercitando a coragem, a humildade e a fé, dá um novo significado a tudo que parecia sem sentido. Dá uma nova ordem ao caos que, de repente, nos vemos inseridos.
A mesma imprevisibilidade que inquieta e traz a desordem, permite o crescimento, a inovação. Mas para isso é fundamental sermos flexíveis, abertos às mudanças e crermos que embora muitas coisas fujam ao nosso controle há em cada uma delas um propósito que pode estar muito além da nossa compreensão.
Tenho aprendido que não adianta nos prevenirmos contra os “acasos”, eles fazem parte da trajetória humana na terra. Mas podemos aprender com eles se os enxergamos como convites ao aprendizado, como passaportes ao crescimento. Quem sabe um dia conseguiremos olhar para trás, para cada situação vivida e tudo fará sentido?
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Poesias II
Indagações
Por que te afliges, oh minh’ alma,
pela saudade de um tempo que não volta mais...
por coisas vividas e outras que sequer existiram...
pelas projeções feitas e que disso não passaram?
Do que foges e o que temes,
o que anseias e te faz prisioneira?
Vive o presente e sejas livre
no passado e no amanhã nada podes fazer.
Por que tanta inquietude oh minh’alma...
Por que vagar sem pouso nem repouso
se bem sabes aonde podes descansar?
És forte como um carvalho há séculos enraizado
e livre como um pássaro que canta e voa
porque isso é a tua vida.
Descanse, regala-te...Tens a eternidade para amar.
Celebração
Enquanto passo por aqui vejo vitrines a piscar,
luzes que parecem gritar: venha, há uma vida a celebrar!
É Natal, comércio atraente, cheiros, cores e sons...
tudo chama para festejar.
Ruas cheias, passos apressados,
pessoas se acotovelam... todas querem comprar.
Há papai Noel com seus pacotes coloridos e
crianças por ele a esperar.
Mas ali, logo ali, olhares tristonhos e distantes...
puro desencanto! Noite escura que parece não findar.
Pés descalços, braços nus, frio, fome e solidão...
há crianças que não sabem o que esperar.
Noite de imagens distorcidas insiste em não passar.
Venha, vamos festejar! Se quiser traga sim,
pacotes, cheiros, luzes e sons...
há tantas pessoas para visitar.
Mas não se esqueça,traga também
um coração que deseja amar.
Pois, afinal,é Natal...
Há uma vida a celebrar!
Hoje mais que ontem
Olhar penetrante, firme e acolhedor
toca minh'alma num instante perfeito.
Esse teu olhar - quando em vez - questionador
provoca-me a resposta guardada no peito.
Mãos que deslizam... puro veludo!
Toque macio... sobram carícias!
Sou convidada a despir-me do escudo
que trago no peito por antigas sevícias.
Prelúdio ou poslúdio de uma noite de amor?
Pode ser um ou outro, tu és sempre assim.
Ages sem hora marcada e trazes o calor
de uma linda sinfonia orquestrada prá mim.
Constrange-me seu jeito, desejo saber
se é amor verdadeiro eu quero abraçar.
Expressão de afeto sem que nem porque
conquista minh’alma e me estimula a ficar.
Sinto-me amada e assim encoraja-me
nessa doce aventura instigante e serena.
Quero-te hoje mais do que ontem... amanhã?
Saberemos um dia, mas já terá valido a pena.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Ano Novo... velhas lutas!
Hoje cedo, ao sair de casa para ir ao trabalho, me deparei com uma cena que me comoveu, mas que também me fez pensar. Duas senhoras que residem no meu condomínio se abraçavam e desejavam boas festas e um ano novo feliz. Nada haveria para pensar se eu não soubesse que aquelas senhoras não se falavam há algum tempo por desentendimentos ocorridos entre elas (coisas de vizinhas).
Mas é fim de ano, é Natal, pensei... estão se confraternizando.
Nessa época luzes, sons, movimento intenso nas ruas e lojas, anunciam: está chegando o fim de mais um a ano. A partir daí somos envolvidos, de uma maneira ou de outra, por inúmeras formas de apelos e de acordo com nossa crença, cultura e tradições nos organizamos para as comemorações do Natal e Reveillon.
É tempo de doar, de confraternizar, de perdoar, de renovar compromissos consigo, com o outro e com Deus. Até os mais céticos - que no ano que se finda pareciam viver acreditando apenas em suas próprias forças e capacidade de realização - nos surpreendem com manifestações de gratidão e esperança em algo que transcenda suas simples existências e dê mais sentido às suas vidas.
É um tempo em que os problemas parecem não existir, em que é possível acreditar que a paz reina e toda a dor da humanidade será mitigada pelos corações compassivos que transbordam generosidade espalhando fé e esperança em dias melhores. São de fato dias mágicos que levam visitas aos órfãos e aos velhos esquecidos nas instituições durante todo o ano; que confortam enfermos presos aos leitos; que alimentam e agasalham as comunidades carentes e que estimulam a busca de verdadeiros encontros entre as pessoas, através de um olhar desejoso por compreender os mistérios da alma dos que nos cercam com suas dores, angústias e inseguranças de tantas formas disfarçadas.
Acredito que seja assim - mais generosos, solidários, humanos e cristãos - que muitos de nós se percebe no fim de mais um ano. Entretanto, logo chegará 2009 e com ele a dura realidade do ano anterior... fome, frio, violência, desemprego, solidão, medo, abandono, indiferença e desencontros que permanecem... É o Ano Novo e com ele as velhas lutas...
Meu desejo é que em 2009 não seja assim. Ainda que as dificuldades sejam as mesmas que nossas mentes e corações não se deixem abater e muito menos se conformarem com aquilo que traz dor, injustiça e discórdia... que sejamos transformados... que cada um - a começar por mim - possa fazer a sua parte, examinando a si próprio e vivendo cada dia do Ano Novo como se fossem dias de Natal e de confraternização.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Aos meu filhos e a todos os pais e filhos que andarem por aqui.
Há menos de um ano vivi uma grande emoção ao assistir meu filho defender sua tese de mestrado... ele lançava ali mais um vôo de sua intensa vida. Hoje foi a vez da filha emocionar-me ao vê-la apresentando seu trabalho de conclusão de curso. Concluiu mais uma etapa de sua recém-vida adulta, terminou a faculdade.
Essas foram experiências muito especiais, com suave gosto de vitória, de dever cumprido... uma sensação de que demos a eles raízes e agora eles já podem voar. Hoje estive lá assistindo a “minha menina” e, juntamente com outras pessoas que a amam, pude vê-la crescida, pronta para iniciar a vida profissional. Que além de ser uma linda jovem ela é também responsável, criativa, inteligente e sensível eu já sabia, mas o que eu não sabia é que ela é isso tudo em dose muito maior do que eu imaginava.
Pois eu a vi ali, diante dos olhos de convidados e de uma banca de examinadores, falando com propriedade sobre um tema muito relevante na educação/formação do ser humano. Um ensaio de pesquisa que trata da importância da afetividade na educação infantil... Que lindo, ela falou disso!!! Mais do que falou, apresentou com postura, conteúdo e idealismo, emocionando aos presentes e certamente de maneira especial àqueles que fazem parte de sua trajetória de vida desde a infância.
Mais de duas décadas se passaram e hoje ver meus filhos “voando” é uma satisfação inenarrável ... eu gostaria de saber escrever coisas lindas que tocassem o coração sobretudo dos pais, dando-lhes esperança e fé, na certeza de que muito além de nós (pais e mães) há um Cuidador que não dorme, não cochila e que está presente nos corações, mentes e almas dos nossos filhos.... um Cuidador que está presente em suas vidas, que anda com eles por caminhos que nós sequer imaginamos e que nunca poderemos estar enquanto eles são preparados para lançarem os primeiros vôos para fora do ninho.
Na falta de palavras próprias que traduzam o que sinto e percebo, recorro ao belíssimo poema de Gibran Kahlil, que inspira-nos (pais e filhos) na busca da compreensão, amor e crescimento mútuos.
Os Filhos
(Gibran Kahlil - Do Livro "O Profeta")
Uma mulher que carregava o filho nos braços disse a Gibran: "Fala-nos dos filhos."
E ele falou:
Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.
Essas foram experiências muito especiais, com suave gosto de vitória, de dever cumprido... uma sensação de que demos a eles raízes e agora eles já podem voar. Hoje estive lá assistindo a “minha menina” e, juntamente com outras pessoas que a amam, pude vê-la crescida, pronta para iniciar a vida profissional. Que além de ser uma linda jovem ela é também responsável, criativa, inteligente e sensível eu já sabia, mas o que eu não sabia é que ela é isso tudo em dose muito maior do que eu imaginava.
Pois eu a vi ali, diante dos olhos de convidados e de uma banca de examinadores, falando com propriedade sobre um tema muito relevante na educação/formação do ser humano. Um ensaio de pesquisa que trata da importância da afetividade na educação infantil... Que lindo, ela falou disso!!! Mais do que falou, apresentou com postura, conteúdo e idealismo, emocionando aos presentes e certamente de maneira especial àqueles que fazem parte de sua trajetória de vida desde a infância.
Mais de duas décadas se passaram e hoje ver meus filhos “voando” é uma satisfação inenarrável ... eu gostaria de saber escrever coisas lindas que tocassem o coração sobretudo dos pais, dando-lhes esperança e fé, na certeza de que muito além de nós (pais e mães) há um Cuidador que não dorme, não cochila e que está presente nos corações, mentes e almas dos nossos filhos.... um Cuidador que está presente em suas vidas, que anda com eles por caminhos que nós sequer imaginamos e que nunca poderemos estar enquanto eles são preparados para lançarem os primeiros vôos para fora do ninho.
Na falta de palavras próprias que traduzam o que sinto e percebo, recorro ao belíssimo poema de Gibran Kahlil, que inspira-nos (pais e filhos) na busca da compreensão, amor e crescimento mútuos.
Os Filhos
(Gibran Kahlil - Do Livro "O Profeta")
Uma mulher que carregava o filho nos braços disse a Gibran: "Fala-nos dos filhos."
E ele falou:
Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Minha amiga Si
Logo cedinho costumo abrir minha caixa de e-mail para dar uma conferida e hoje encontrei uma mensagem da Simone, amiga querida lá de João Pessoa. É sempre uma alegria receber notícias dela, ainda quando a situação não anda muito boa a Si dá um jeitinho de dizer coisas belas, que tocam o coração da gente, e é nessas horas que me lembro como ela se doa em prol do próximo... com uma facilidade que espanta.
Convivemos por dois anos bem de pertinho, depois as circunstâncias nos separaram, mas mesmo com mais de 2.000 km distantes e de nos comunicarmos quase que exclusivamente por e-mail, o seu “perfume” ficou por aqui e essa amiga continua me inspirando e trazendo emoção pela sua maneira intensa de viver e amar as pessoas. É isso mesmo, para mim Simone é exemplo de generosidade, fé, esperança e muuuuuuuuuuuuuito amor, demonstrados naqueles olhos espertos, que encontram os do outro e brilham de alegria ou choram de compaixão. Uma mulher com M maiúsculo... linda por dentro e por fora ... mãe dedicada, guerreira, protetora e ao mesmo tempo é pura sensibilidade, coração enorme... emoção à flor da pele.
Nessa manhã chuvosa, aqui no Planalto Central, ler sua mensagem com coisas do tipo: “... estou me organizando para fazer um "reveillon" aqui neste ap,para os amigos e a família,uma espécie de comemorar mais um ano VENCIDO(e vivido) E ACRETIDAR QUE 2009(aonde estivermos) vai ser the best!!!!!!!!!!!!!!!!!....” me dá vontade de dizer a ela: será sim amiga, the best, porque você está organizando com tudo de bom que tem aí dentro desse coração que é enorme não só próximo às festas de fim de ano, mas que vive cada dia sentindo e agindo como se fosse dia de Natal.
Obrigada, Si, porque sua amizade provoca em mim o meu lado melhor.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Solidão
Na última semana estive fora da cidade participando de um Congresso que reuniu cerca de 2.000 pessoas com muitas atividades, tanto intelectuais quanto sociais. Foram dias agitados preenchidos por uma rotina diferente fora de casa, fora do meu ambiente de trabalho, distante de familiares e amigos.
Nessas ocasiões sempre me sinto desafiada a abrir espaço para o novo como, por exemplo, conhecer lugares, pessoas e idéias, mas mais do que isso, conhecer algo novo a meu respeito. Tirar proveito desse tempo para refletir um pouco no silêncio das noites de um quarto de hotel é algo que eu gosto de fazer e dessa vez o tema que ficou rodopiando na minha mente foi a solidão. À minha lembrança vieram tantos momentos como aquele, em que estar só é bom, agradável, proveitoso ou simplesmente relaxante, sem demandas externas. Há momentos em que tudo o que mais desejo (acredito que muitos compartilham desse meu gosto) é estar a sós comigo mesma, sentindo que a minha companhia basta, transborda, preenche... a isso chamamos solitude. Mas solidão é outra coisa...são momentos em que há um abatimento da alma, um estado de espírito negativo que deprime, tira a energia e nos remete a um grande sentimento de vazio e de não pertencimento.
Sendo assim, quem gosta de ser só? Há os eremitas e a eles todo o respeito, escolheram viver dessa forma, mas ouso dizer que a maioria dos seres humanos tem dificuldades em conviver com a solidão. Pois é, diria alguém, mas solidão é uma condição humana básica que em algum grau todos nós experimentamos e numa sociedade em que predominam valores como o individualismo, egocentrismo e ativismo, a separação entre nós e os outros – mesmo que estejamos cercados por pessoas, projetos e recursos – é uma conseqüência que nos leva a um “eu solitário” cada vez maior. Em meio a este cenário muitas vezes sobram apenas o vazio e o tédio os quais tentamos disfarçar com mecanismos de compensação, na crença de que aplacaremos a dor trazida pela solidão pessoal.
Nesses dias no hotel usufrui de momentos de solitude, mas andei pensando na solidão e como lidei e lido com ela em tantas situações da minha vida. Pensei por exemplo, em como a vida é dinâmica e nos reserva surpresas, algumas boas, outras bastante adversas. Às vezes somos remetidos a uma solidão imposta pelas circunstâncias do momento independente da nossa vontade. Pode ser o fim de um relacionamento, ou os filhos que cresceram e vão seguir seus caminhos, os familiares que residem distante, o local de trabalho que parece não apresentar mais desafios. Enfim, são várias as circunstâncias que podem, de repente, trazer a solidão para o centro de nossa vida. Buscar formas de não sucumbir a ela, de não me deixar remeter a um ciclo vicioso de pensamentos e atitudes que preenchem, ilusoriamente, o vazio da alma é um desafio. Olhando para a forma como tenho enfrentado esses momentos concluí que resisto à idéia do ativismo, do egocentrismo e do individualismo. Para mim o compartilhar e o servir são maneiras que tenho encontrado de erradicar a solidão em minha vida. Conviver em comunidade é transportar-me do EU para o NÓS, é olhar em volta e sair de mim ao encontro do outro, é cuidar e deixar-me ser cuidada. E assim, na comunhão – entre antigas e novas amizades – vejo Deus agindo, transformando o “eu solitário” num “nós”, que consola e dá a dimensão do Seu amor e cuidado.
“Ainda que meu pai e minha mãe me desamparassem, o Senhor me acolheria”, diz o Salmo 27:10. Esta é uma das mais belas promessas de Deus para as nossas vidas, ela se concretiza na comunhão e no serviço de uns aos outros. Nela não há espaço para a solidão fazer morada.
As noites passadas em solitude me trouxeram essas coisas à memória.
Nessas ocasiões sempre me sinto desafiada a abrir espaço para o novo como, por exemplo, conhecer lugares, pessoas e idéias, mas mais do que isso, conhecer algo novo a meu respeito. Tirar proveito desse tempo para refletir um pouco no silêncio das noites de um quarto de hotel é algo que eu gosto de fazer e dessa vez o tema que ficou rodopiando na minha mente foi a solidão. À minha lembrança vieram tantos momentos como aquele, em que estar só é bom, agradável, proveitoso ou simplesmente relaxante, sem demandas externas. Há momentos em que tudo o que mais desejo (acredito que muitos compartilham desse meu gosto) é estar a sós comigo mesma, sentindo que a minha companhia basta, transborda, preenche... a isso chamamos solitude. Mas solidão é outra coisa...são momentos em que há um abatimento da alma, um estado de espírito negativo que deprime, tira a energia e nos remete a um grande sentimento de vazio e de não pertencimento.
Sendo assim, quem gosta de ser só? Há os eremitas e a eles todo o respeito, escolheram viver dessa forma, mas ouso dizer que a maioria dos seres humanos tem dificuldades em conviver com a solidão. Pois é, diria alguém, mas solidão é uma condição humana básica que em algum grau todos nós experimentamos e numa sociedade em que predominam valores como o individualismo, egocentrismo e ativismo, a separação entre nós e os outros – mesmo que estejamos cercados por pessoas, projetos e recursos – é uma conseqüência que nos leva a um “eu solitário” cada vez maior. Em meio a este cenário muitas vezes sobram apenas o vazio e o tédio os quais tentamos disfarçar com mecanismos de compensação, na crença de que aplacaremos a dor trazida pela solidão pessoal.
Nesses dias no hotel usufrui de momentos de solitude, mas andei pensando na solidão e como lidei e lido com ela em tantas situações da minha vida. Pensei por exemplo, em como a vida é dinâmica e nos reserva surpresas, algumas boas, outras bastante adversas. Às vezes somos remetidos a uma solidão imposta pelas circunstâncias do momento independente da nossa vontade. Pode ser o fim de um relacionamento, ou os filhos que cresceram e vão seguir seus caminhos, os familiares que residem distante, o local de trabalho que parece não apresentar mais desafios. Enfim, são várias as circunstâncias que podem, de repente, trazer a solidão para o centro de nossa vida. Buscar formas de não sucumbir a ela, de não me deixar remeter a um ciclo vicioso de pensamentos e atitudes que preenchem, ilusoriamente, o vazio da alma é um desafio. Olhando para a forma como tenho enfrentado esses momentos concluí que resisto à idéia do ativismo, do egocentrismo e do individualismo. Para mim o compartilhar e o servir são maneiras que tenho encontrado de erradicar a solidão em minha vida. Conviver em comunidade é transportar-me do EU para o NÓS, é olhar em volta e sair de mim ao encontro do outro, é cuidar e deixar-me ser cuidada. E assim, na comunhão – entre antigas e novas amizades – vejo Deus agindo, transformando o “eu solitário” num “nós”, que consola e dá a dimensão do Seu amor e cuidado.
“Ainda que meu pai e minha mãe me desamparassem, o Senhor me acolheria”, diz o Salmo 27:10. Esta é uma das mais belas promessas de Deus para as nossas vidas, ela se concretiza na comunhão e no serviço de uns aos outros. Nela não há espaço para a solidão fazer morada.
As noites passadas em solitude me trouxeram essas coisas à memória.
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Foto: Lucas de Carvalho - Canadá
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
O Toque Essencial
Já faz alguns anos, um pequeno texto do Rubem Alves, chamado “A Margarida Friorenta”, causou um grande impacto em minha vida. A história falava de uma menina que, a pedido de seu cachorro, acolheu certa noite em seu quarto, uma margarida que sentia muito frio. A menina abrigou a florzinha em uma caixa, vestiu-a com um casaco e usou até um cobertor, mas a margarida continuava a tremer de frio. As horas iam passando, a noite avançava e, apesar das tentativas da menina, a florzinha não conseguia dormir. Até que, de repente, a menina teve uma idéia. Tomou a florzinha em seu colo, tirou o cobertor e o casaco que a cobriam e a acariciou com ternura. Como que por encanto, a florzinha adormeceu e a história termina com a menina dizendo que finalmente ela havia entendido que “aquele frio não era de cobertor”. Eu, enquanto fechava o livro, também como que por encanto, descobria algo a meu respeito. Minha carência afetiva e a necessidade de sentir-me amada eram bem maiores do que eu gostaria de admitir. Foi um momento de grande dor, mas talvez ali tenha sido o início de uma longa jornada, que começa pela aceitação de minha fragilidade e continua ainda hoje no difícil aprendizado da arte de dar e receber amor. Encontramos na Bíblia, várias passagens em que Jesus tocou homens, mulheres e crianças, promovendo a cura e abençoando suas vidas. A figura trazida por Rubem Alves nessa história revela a riqueza do toque, da carícia essencial que cura, reconcilia, aquece, manifestação concreta do afeto e do amor que sentimos por alguém. A mim revelou também a importância de me deixar cuidar - de não tentar negar o “frio” que às vezes sinto -, me deixando aquecer pela ternura e cuidado de pessoas amigas. Demonstrar nossa fraqueza e vulnerabilidade, certamente, é um exercício difícil e envolve riscos. Porém, é revelador do amor de Deus, que de tantas formas se manifesta a nós, vindo ao nosso socorro em mãos que acariciam e confortam quando o “frio” parece não querer passar.
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segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Ouvir e ser Ouvido
Na fila em que me encontrava para votar nas última eleições, uma senhora, bastante extrovertida, puxou conversa com quem estava por perto. Tentou descobrir os votos de alguns; falou mal dos políticos em geral; brigou e reclamou da demora; da falta de preparo dos mesários e fiscais e das pessoas que paravam à porta da nossa seção para pedir informações. Enfim, aquela senohra reclamou e falou tanto que, em um determinado momento deixei de ouvir o que ela dizia e me pareceu que as pessoas ao redor também.
De repente, não sei dizer em que ponto daquele monólogo ela disse algo assim: "o que a gente tem mesmo é carência de conversar, a gente quer falar, mesmo que seja da vida dos outros, precisa conversar com alguém, ainda que seja para pedir informações." É verdade, eu pensei imediatamente, de certa forma essa senhora tem razão. Se há algo nessa vida que nos faz sucumbir é o sentimento de isolamento, de abandono, de vazio.
Somos seres relacionais e interagir com as pessoas através da fala é uma necessidade que, muitas vezes, vai além da mera intenção de nos comunicar e passa a atender uma necessidade básica do ser humano que é a de conexão e amor. Muitos são os estudos da psicque humana que revelam isso.
Portanto, ouvir é preciso, ser ouvido também. Saber ouvir é uma arte, um dom a ser desenvolvido se desejamos estar verdadeiramente com as pessoas. Ser ouvido é um privilégio, é graça divina que nos aproxima do outro e promove momentos mágicos de contatos humanos sensíveis.
Quando nos sentimos à vontade e seguros para falar de nós mesmos, dos nossos sentimentos mais profundos, sejam eles bons ou ruins; quando compartilhamos coisas que nos são de extrema importância e valor e percebemos que somos ouvidos com atenção e respeito; quando percebemos que nosso interlocutor valoriza aquilo que dissemos, vivemos encontros verdadeiros de amor, afeto e de enriquecimento mútuo... encontros que têm o poder de transformar mentes, corações e comportamentos.
De repente, não sei dizer em que ponto daquele monólogo ela disse algo assim: "o que a gente tem mesmo é carência de conversar, a gente quer falar, mesmo que seja da vida dos outros, precisa conversar com alguém, ainda que seja para pedir informações." É verdade, eu pensei imediatamente, de certa forma essa senhora tem razão. Se há algo nessa vida que nos faz sucumbir é o sentimento de isolamento, de abandono, de vazio.
Somos seres relacionais e interagir com as pessoas através da fala é uma necessidade que, muitas vezes, vai além da mera intenção de nos comunicar e passa a atender uma necessidade básica do ser humano que é a de conexão e amor. Muitos são os estudos da psicque humana que revelam isso.
Portanto, ouvir é preciso, ser ouvido também. Saber ouvir é uma arte, um dom a ser desenvolvido se desejamos estar verdadeiramente com as pessoas. Ser ouvido é um privilégio, é graça divina que nos aproxima do outro e promove momentos mágicos de contatos humanos sensíveis.
Quando nos sentimos à vontade e seguros para falar de nós mesmos, dos nossos sentimentos mais profundos, sejam eles bons ou ruins; quando compartilhamos coisas que nos são de extrema importância e valor e percebemos que somos ouvidos com atenção e respeito; quando percebemos que nosso interlocutor valoriza aquilo que dissemos, vivemos encontros verdadeiros de amor, afeto e de enriquecimento mútuo... encontros que têm o poder de transformar mentes, corações e comportamentos.
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Foto: Lucas de Carvalho - Canadá
Poesias I
Iluminado
O amor é luz que chega,
inunda a sala ... inunda a vida.
Se é amor é claro e cintila,
se é amor é leve e traz paz.
O amor é luz que fica,
acende a chama ... acende a vida.
Se é amor aquece e acolhe,
se é amor é quente em delícias.
Seu amor é assim que vejo,
claro, calmo e quente ...
enche-me a alma, o corpo e a mente.
Seu amor é assim que eu quero,
Iluminado e iluminando cada canto de minha vida.
Vem - segue comigo -, claro, calmo e quente.
Na Estação
Da varanda o trem se via
num ir e vir desconcertante,
cheio de vidas a se entrelaçarem,
uns chegando outros partindo.
Enquanto o sol se punha e a noite se mostrava,
corpos misturados na espera ali ficavam
de um dia, carregados de alegria,
por fim, o descanso encontrariam.
E da varanda se espiava o trem que
ali passava, chamando ao sonho e à viagem
a quem o mundo contemplava.
De sonhos e de viagens, da varanda se espiava
o trem, num ir e vir desconcertante,
que por ali sempre passava.
Insanidade
O amor incerto, insano consome a alma
e tira a paz de quem a ele se arrisca.
Precisa ser forte para escolher esse caminho
onde a felicidade só de longe acena.
O amor incerto, insano rouba o sono
e sem pedir licença invade a alma,
invade a vida e loucamente se instala
trazendo a insegurança que inferniza.
Vem de longe e parece que quer ficar
mas logo o amor incerto, insano
prá bem longe a felicidade faz voar.
E o forte, que a ele se arrisca,
consumido espera um dia a felicidade
que nunca se aterriza.
Vida e Morte
De um salto no peito se fizeram
horas a fio, a repensar a vida
que por lapsos de tempo existiu,
forte, vibrante, plena e fugaz.
Deixá-la ir foi necessário
pois, se de um lado vivia, do outro
agonizava por saber-se passageira.
Antecipando-se ao fim,
que certamente chegaria
foi a vida escafedendo-se
por puro medo de ficar.
E assim, o pulo no peito estancou
a vida que jorrou um dia
forte, vibrante, plena e fugaz
Sutilezas
O amor é luz que chega,
inunda a sala ... inunda a vida.
Se é amor é claro e cintila,
se é amor é leve e traz paz.
O amor é luz que fica,
acende a chama ... acende a vida.
Se é amor aquece e acolhe,
se é amor é quente em delícias.
Seu amor é assim que vejo,
claro, calmo e quente ...
enche-me a alma, o corpo e a mente.
Seu amor é assim que eu quero,
Iluminado e iluminando cada canto de minha vida.
Vem - segue comigo -, claro, calmo e quente.
Na Estação
Da varanda o trem se via
num ir e vir desconcertante,
cheio de vidas a se entrelaçarem,
uns chegando outros partindo.
Enquanto o sol se punha e a noite se mostrava,
corpos misturados na espera ali ficavam
de um dia, carregados de alegria,
por fim, o descanso encontrariam.
E da varanda se espiava o trem que
ali passava, chamando ao sonho e à viagem
a quem o mundo contemplava.
De sonhos e de viagens, da varanda se espiava
o trem, num ir e vir desconcertante,
que por ali sempre passava.
Insanidade
O amor incerto, insano consome a alma
e tira a paz de quem a ele se arrisca.
Precisa ser forte para escolher esse caminho
onde a felicidade só de longe acena.
O amor incerto, insano rouba o sono
e sem pedir licença invade a alma,
invade a vida e loucamente se instala
trazendo a insegurança que inferniza.
Vem de longe e parece que quer ficar
mas logo o amor incerto, insano
prá bem longe a felicidade faz voar.
E o forte, que a ele se arrisca,
consumido espera um dia a felicidade
que nunca se aterriza.
Vida e Morte
De um salto no peito se fizeram
horas a fio, a repensar a vida
que por lapsos de tempo existiu,
forte, vibrante, plena e fugaz.
Deixá-la ir foi necessário
pois, se de um lado vivia, do outro
agonizava por saber-se passageira.
Antecipando-se ao fim,
que certamente chegaria
foi a vida escafedendo-se
por puro medo de ficar.
E assim, o pulo no peito estancou
a vida que jorrou um dia
forte, vibrante, plena e fugaz
Sutilezas
Era ainda madrugada quando ele chegou e
mansamente foi entrando sem fazer barulho.
Pôs-se a caminhar e, suave como um gato,
deslizando de mansinho foi-se deixando ficar.
Era assim que ela o via, manso e silencioso,
mas com o olhar e a perspicácia de um felino.
Não demorou muito para ele se instalar e ela,
pelo jeito independente e atrevido, foi-se deixando encantar.
Assim acontecia como brincadeiras de um gato
- acrobacias, colo quente e sorriso fácil -,
deslizando de mansinho foi-se deixando ficar.
Era assim que ela o via, manso e silencioso,
mas com o olhar e a perspicácia de um felino.
Não demorou muito para ele se instalar e ela,
pelo jeito independente e atrevido, foi-se deixando encantar.
Assim acontecia como brincadeiras de um gato
- acrobacias, colo quente e sorriso fácil -,
Citações
Fernando Pessoa
"Creio no mundo como num malmequer, Porque o vejo.
Mas não penso nele Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo... E
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar..."
Fernando Pessoa
"A Felicidade exige valentia... "Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
Paul Turnier
"Quão bela, quão intensa e libertadora é a experiência de se aprender a ajudar o outro. É impossível descrever-se a necessidade imensa que têm as pessoas de serem realmente ouvidas, levadas a sério, compreendidas. A Psicilogia de nossos dias nos tem, cada vez mais, chamado a atenção para esse aspecto. Bem no cerne de toda psicoterapia permanece esse tipo de relacionamento em que alguém pode falar tudo a seu próprio respeito, como uma criança fala tudo a sua mãe. Ninguém pode se desenvolver livremente nesse mundo, nem encontrar uma vida plena, sem sentir-se compreendido por uma pessoa, pelo menos... Aquele que quiser se perceber com clareza deve se abrir a um confidente, escolhido livremente e merecedor de tal confiança. Ouça todas as conversas desse mundo, tanto entre nações quanto entre casais. São, na maior parte, diálogos entre surdos." (Paul Turnier, extraído do livro Por que tenho medo de lhe dizer quem sou? - John Powell)
Henry Nouwen
“... E, enquanto dançamos, percebemos que não precisamos ficar confinados ao diminuto espaço da nossa tristeza, mas podemos sair dali. Paramos de centralizar nossa vida em nós mesmos. Chamamos outros para dançarem conosco a dança maior. Aprendemos a dar espaço aos outros, e principalmente ao “Outro gracioso” que está em nosso meio. E quando nos fazemos presentes para Deus e Seu povo, nossa vida enriquece-se ainda mais. E constatamos que o mundo é nossa pista de dança. Nosso passo torna-se mais leve e ligeiro, porque Deus está chamando outros a dançarem também...” (Henry Nouwen, em Transformando Meu Pranto em Dança)
C.S.Lewis
"Amar é sempre ser vulnerável. Ame qualquer coisa e certamente seu coração vai doer e talvez se partir. Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto , você não deve entregá-lo á ninguém , nem mesmo a um animal. Envolva o cuidadosamente em seus hobbies e pequenos luxos, evite qualquer envolvimento, guarde o na segurança do esquife de seu egoísmo. Mas nesse esquife – seguro , sem movimento , sem ar - ele vai mudar. Ele não vai se partir – vai tornar se indestrutível, impenetrável , irredimível. A alternativa a uma tragédia ou pelo menos ao risco de uma tragédia é a condenação. O único lugar além do céu onde se pode estar perfeitamente a salvo de todos os riscos e pertubações do amor é o inferno." [C.S Lewis - Os quatro amores]
"Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de qd e como você me vê passar."(C. S. Lewis)
"Creio no mundo como num malmequer, Porque o vejo.
Mas não penso nele Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo... E
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar..."
Fernando Pessoa
"A Felicidade exige valentia... "Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
Paul Turnier
"Quão bela, quão intensa e libertadora é a experiência de se aprender a ajudar o outro. É impossível descrever-se a necessidade imensa que têm as pessoas de serem realmente ouvidas, levadas a sério, compreendidas. A Psicilogia de nossos dias nos tem, cada vez mais, chamado a atenção para esse aspecto. Bem no cerne de toda psicoterapia permanece esse tipo de relacionamento em que alguém pode falar tudo a seu próprio respeito, como uma criança fala tudo a sua mãe. Ninguém pode se desenvolver livremente nesse mundo, nem encontrar uma vida plena, sem sentir-se compreendido por uma pessoa, pelo menos... Aquele que quiser se perceber com clareza deve se abrir a um confidente, escolhido livremente e merecedor de tal confiança. Ouça todas as conversas desse mundo, tanto entre nações quanto entre casais. São, na maior parte, diálogos entre surdos." (Paul Turnier, extraído do livro Por que tenho medo de lhe dizer quem sou? - John Powell)
Henry Nouwen
“... E, enquanto dançamos, percebemos que não precisamos ficar confinados ao diminuto espaço da nossa tristeza, mas podemos sair dali. Paramos de centralizar nossa vida em nós mesmos. Chamamos outros para dançarem conosco a dança maior. Aprendemos a dar espaço aos outros, e principalmente ao “Outro gracioso” que está em nosso meio. E quando nos fazemos presentes para Deus e Seu povo, nossa vida enriquece-se ainda mais. E constatamos que o mundo é nossa pista de dança. Nosso passo torna-se mais leve e ligeiro, porque Deus está chamando outros a dançarem também...” (Henry Nouwen, em Transformando Meu Pranto em Dança)
C.S.Lewis
"Amar é sempre ser vulnerável. Ame qualquer coisa e certamente seu coração vai doer e talvez se partir. Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto , você não deve entregá-lo á ninguém , nem mesmo a um animal. Envolva o cuidadosamente em seus hobbies e pequenos luxos, evite qualquer envolvimento, guarde o na segurança do esquife de seu egoísmo. Mas nesse esquife – seguro , sem movimento , sem ar - ele vai mudar. Ele não vai se partir – vai tornar se indestrutível, impenetrável , irredimível. A alternativa a uma tragédia ou pelo menos ao risco de uma tragédia é a condenação. O único lugar além do céu onde se pode estar perfeitamente a salvo de todos os riscos e pertubações do amor é o inferno." [C.S Lewis - Os quatro amores]
"Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de qd e como você me vê passar."(C. S. Lewis)
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