segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Poesias I

Iluminado

O amor é luz que chega,
inunda a sala ... inunda a vida.
Se é amor é claro e cintila,
se é amor é leve e traz paz.

O amor é luz que fica,
acende a chama ... acende a vida.
Se é amor aquece e acolhe,
se é amor é quente em delícias.
Seu amor é assim que vejo,
claro, calmo e quente ...
enche-me a alma, o corpo e a mente.

Seu amor é assim que eu quero,
Iluminado e iluminando cada canto de minha vida.
Vem - segue comigo -, claro, calmo e quente.


Na Estação

Da varanda o trem se via
num ir e vir desconcertante,
cheio de vidas a se entrelaçarem,
uns chegando outros partindo.

Enquanto o sol se punha e a noite se mostrava,
corpos misturados na espera ali ficavam
de um dia, carregados de alegria,
por fim, o descanso encontrariam.

E da varanda se espiava o trem que
ali passava, chamando ao sonho e à viagem
a quem o mundo contemplava.

De sonhos e de viagens, da varanda se espiava
o trem, num ir e vir desconcertante,
que por ali sempre passava.


Insanidade

O amor incerto, insano consome a alma
e tira a paz de quem a ele se arrisca.
Precisa ser forte para escolher esse caminho
onde a felicidade só de longe acena.

O amor incerto, insano rouba o sono
e sem pedir licença invade a alma,
invade a vida e loucamente se instala
trazendo a insegurança que inferniza.

Vem de longe e parece que quer ficar
mas logo o amor incerto, insano
prá bem longe a felicidade faz voar.

E o forte, que a ele se arrisca,
consumido espera um dia a felicidade
que nunca se aterriza.


Vida e Morte

De um salto no peito se fizeram
horas a fio, a repensar a vida
que por lapsos de tempo existiu,
forte, vibrante, plena e fugaz.

Deixá-la ir foi necessário
pois, se de um lado vivia, do outro
agonizava por saber-se passageira.

Antecipando-se ao fim,
que certamente chegaria
foi a vida escafedendo-se
por puro medo de ficar.

E assim, o pulo no peito estancou
a vida que jorrou um dia
forte, vibrante, plena e fugaz


Sutilezas

Era ainda madrugada quando ele chegou e
mansamente foi entrando sem fazer barulho.
Pôs-se a caminhar e, suave como um gato,
deslizando de mansinho foi-se deixando ficar.

Era assim que ela o via, manso e silencioso,
mas com o olhar e a perspicácia de um felino.
Não demorou muito para ele se instalar e ela,
pelo jeito independente e atrevido, foi-se deixando encantar.

Assim acontecia como brincadeiras de um gato
- acrobacias, colo quente e sorriso fácil -,
fizeram da cama o seu ninho.

Enroscados foram ficando e dos mistérios se revelando,
mas era ainda muito cedo quando, sutil como chegou,
por entre os dedos o amor escorregou, deixando o ninho vazio.

2 comentários:

Walter disse...

Cara Ana,

Passei para visitar seu blog, está muito caprichado. Nao sabia que era poetisa. Parabens.

Anônimo disse...

Obrigada pela visita, Walter... apareça mais vezes. Um abraço.